• Agência Covere
  • 30/04/2024

Os impactos da adição de 35% de etanol à gasolina | <p>Aprovado pela Câmara dos Deputados, um projeto de lei visa elevar a proporção de etanol na gasolina de 22% para 27%, impulsionando os "combustíveis do futuro". Com isso, a participação do derivado de cana-de-açúcar na gasolina pode

Os impactos da adição de 35% de etanol à gasolina

<p>Aprovado pela Câmara dos Deputados, um projeto de lei visa elevar a proporção de etanol na gasolina de 22% para 27%, impulsionando os "combustíveis do futuro". Com isso, a participação do derivado de cana-de-açúcar na gasolina pode atingir até 35%. O próximo passo é a análise do Senado.</p>

<p>Segundo Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), o aumento da proporção de etanol terá impactos tanto para proprietários de veículos com motores flex quanto para os que utilizam exclusivamente gasolina.</p>

<p>"O governo propôs a realização de um estudo e designou representantes encarregados de avaliar a viabilidade técnica deste aumento na proporção de etanol", explicou o especialista. "A medida será implementada somente se os testes demonstrarem conclusivamente sua eficácia." O grupo técnico formado pelo governo conta com a participação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural (ANP), institutos de pesquisa energética e diversos ministérios.</p>

<p>Para os proprietários de veículos flex, o impacto será principalmente financeiro, enquanto para aqueles com carros movidos exclusivamente a gasolina, podem surgir problemas mecânicos adicionais.</p>

<p>"Para os veículos flex, é esperado um aumento no consumo de combustível, dado que o poder calorífico do etanol é inferior", explicou Gonçalves. Em outras palavras, quem abastece com gasolina em um veículo flex notará uma redução na autonomia total. Por outro lado, a situação é mais desafiadora para os carros movidos apenas a gasolina, especialmente os mais antigos.</p>

<p>"Alguns veículos mais antigos não estão adaptados para lidar com esse nível de etanol, o que pode resultar em danos aos materiais e corrosão de borrachas e elastômeros", alertou o especialista. "Além disso, há suspeitas de que em alguns casos os sensores dos carros podem falhar, não reconhecendo adequadamente o combustível.”</p>

<p>O especialista ressaltou que muitos veículos antigos foram ajustados para funcionar com uma mistura de gasolina contendo 22% de etanol. Elevar essa proporção para 35% exigirá cautela, especialmente em relação às emissões. "Uma solução seria oferecer aos proprietários de veículos antigos uma opção de combustível com maior teor de gasolina na mistura", sugeriu Gonçalves. "No entanto, o desafio é que a gasolina premium é mais cara."</p>

<p>O grupo encarregado da análise terá um prazo de 90 dias, contados a partir da aprovação do projeto de lei em 13 de março, para apresentar ao governo sua avaliação sobre a viabilidade de aumentar a quantidade de etanol na mistura.</p>

<p>A medida está alinhada com o processo de transição energética destinado a reduzir as emissões de carbono no Brasil. O etanol brasileiro é reconhecido como uma das melhores alternativas para a descarbonização global, superando até mesmo os veículos elétricos europeus.</p>

<p>Além disso, o Brasil é o segundo maior produtor deste biocombustível no mundo, o que despertou um interesse crescente em pesquisas mais aprofundadas. Fabricantes como Toyota e Hyundai estão explorando o uso do combustível derivado da cana-de-açúcar para a produção de hidrogênio "verde", uma opção promissora para os futuros carros elétricos.</p>

Aprovado pela Câmara dos Deputados, um projeto de lei visa elevar a proporção de etanol na gasolina de 22% para 27%, impulsionando os "combustíveis do futuro". Com isso, a participação do derivado de cana-de-açúcar na gasolina pode atingir até 35%. O próximo passo é a análise do Senado.

Segundo Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), o aumento da proporção de etanol terá impactos tanto para proprietários de veículos com motores flex quanto para os que utilizam exclusivamente gasolina.

"O governo propôs a realização de um estudo e designou representantes encarregados de avaliar a viabilidade técnica deste aumento na proporção de etanol", explicou o especialista. "A medida será implementada somente se os testes demonstrarem conclusivamente sua eficácia." O grupo técnico formado pelo governo conta com a participação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural (ANP), institutos de pesquisa energética e diversos ministérios.

Para os proprietários de veículos flex, o impacto será principalmente financeiro, enquanto para aqueles com carros movidos exclusivamente a gasolina, podem surgir problemas mecânicos adicionais.

"Para os veículos flex, é esperado um aumento no consumo de combustível, dado que o poder calorífico do etanol é inferior", explicou Gonçalves. Em outras palavras, quem abastece com gasolina em um veículo flex notará uma redução na autonomia total. Por outro lado, a situação é mais desafiadora para os carros movidos apenas a gasolina, especialmente os mais antigos.

"Alguns veículos mais antigos não estão adaptados para lidar com esse nível de etanol, o que pode resultar em danos aos materiais e corrosão de borrachas e elastômeros", alertou o especialista. "Além disso, há suspeitas de que em alguns casos os sensores dos carros podem falhar, não reconhecendo adequadamente o combustível.”

O especialista ressaltou que muitos veículos antigos foram ajustados para funcionar com uma mistura de gasolina contendo 22% de etanol. Elevar essa proporção para 35% exigirá cautela, especialmente em relação às emissões. "Uma solução seria oferecer aos proprietários de veículos antigos uma opção de combustível com maior teor de gasolina na mistura", sugeriu Gonçalves. "No entanto, o desafio é que a gasolina premium é mais cara."

O grupo encarregado da análise terá um prazo de 90 dias, contados a partir da aprovação do projeto de lei em 13 de março, para apresentar ao governo sua avaliação sobre a viabilidade de aumentar a quantidade de etanol na mistura.

A medida está alinhada com o processo de transição energética destinado a reduzir as emissões de carbono no Brasil. O etanol brasileiro é reconhecido como uma das melhores alternativas para a descarbonização global, superando até mesmo os veículos elétricos europeus.

Além disso, o Brasil é o segundo maior produtor deste biocombustível no mundo, o que despertou um interesse crescente em pesquisas mais aprofundadas. Fabricantes como Toyota e Hyundai estão explorando o uso do combustível derivado da cana-de-açúcar para a produção de hidrogênio "verde", uma opção promissora para os futuros carros elétricos.

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